sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Caminhos e descobertas

Estrada na Paraíba
2014 e tantos lugares novos. Tantas culturas, tantas pessoas, tanto aprendizado. Gratidão é a palavra de ordem, ter uma oportunidade dessas na vida é incrível, faltam palavras para definir e dimensionar tal experiência.O que foi vivido pode até ser comentando, mas jamais realmente traduzido. Não consigo expor tudo que senti nessa jornada, talvez quem me conhece bem entenda meu olhar, mas não sei até que ponto ele revela tudo que se passou lá fora e aqui dentro. 

Ruela em Roma
Mas em meio aos devaneios de tantos lindos lugares por onde passei, constato que em meio às aventuras e buscas, fui onde minhas raízes (as que tenho conhecimento) brotaram: Itália e Nordeste brasileiro. Não fui especificamente à Puglia e tampouco à Vitória de Santo Antão, mas estar próxima da origem de minha mãe e do meu pai me permitiu mergulhar bem lá no fundo, entender de onde vim e enxergar melhor pra onde vou. A cultura dos lugares é muito mais presente em nós de forma imensurável e carregamos os mais diversos traços dessas culturas por gerações e mais gerações. Foi a conclusão inevitável que fiz ao observar as pessoas desses lugares. Tudo que aprendi (ou que apenas “puxei”) dos meus pais estava ali, no jeito de agir, de falar, de compartilhar, enfim, de viver. Sem planejar, tive a dádiva de em um ano de tantas (re) descobertas, me aproximar das minhas origens. 
Não poderia ter recebido melhor presente do que esse. Quando você escolhe descobrir seu caminho no mundo e a vida te dá de presente suas origens...isso só pode ser resposta para suas orações. Ter essa oportunidade de entender melhor seu comportamento, suas reações e perceber como isso faz MUITO parte da cultura te faz menos escravo das suas próprias críticas, da sua vontade de ser sempre melhor. Evoluir sempre. A busca por uma versão melhor de si mesmo é essencial, mas o respeito por nosso tempo e nossos defeitos é o que nos levará mais longe. Nossos erros costumam nos ensinar mais do que nossos acertos. Nossas vírgulas nos levam por caminhos mais reveladores que nossos pontos finais. 
Centro Histórico de João Pessoa - PB

É como se olhar em um espelho, só que esse revela sua alma. Na Itália, entendi minha falta de paciência, meu tom alto de voz, o falar com as mãos, entendi a mania da minha mãe de fazer tudo, esse amor impaciente tão cheio de devoção. No Nordeste, identifiquei meu jeito "bobo" de ser, o lado doce (a lado azedinho é italiano rs), esse jeito de gostar de agradar. E você respeita mais sua essência, percebe que tem tanta gente no mundo tão cheia de defeitos e qualidades como você, gera um olhar mais sereno de si.

Eurail usado na Itália

E depois ainda querem me perguntar como sou tão apaixonada por viajar, está muito além de passear e “ter vida boa”. É uma experiência de auto conhecimento, de troca, de aprendizado com o tanto de diferença que existe nesse mundo e o torna ainda mais belo! Dia desse uma amiga me disse “ta na hora de você firmar raízes, né? Para quieta em algum lugar.” Eu estou firmando raízes em cada canto do mundo que me apaixono. Pertenço a cada lugar eu pisei e a cada lugar que pisarei. E assim a gente se (re)descobre a cada viagem. O meu porto seguro sempre está aqui pelo Rio de Janeiro, mas minhas origens estão por aí, e tantas almas para compartilhar a vida também estão espalhadas em cada canto, onde a gente se acha, se reinventa. Viver é essa grande viagem, vamos embarcar nela?


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