Hoje não é dia de post, mas
tristemente abrirei uma exceção e meu coração :(
Desde que nasci e nem me entendia
por gente, sei que o Rio de Janeiro já não era mais a Cidade Maravilhosa depois
do túnel, além da Zona Sul. Sofremos com a impunidade há tempos, com o descaso,
com o medo de chegar, com o sair sem saber como irá voltar. E me pergunto,
quando é que todo mundo se importou com isso? Quando o bem estar do carioca que
mora além das praias foi pauta importante? E mais uma vez, nada aprendemos, o
discurso de violência e redução de maioridade penal continuam sendo a possível
solução, embora todos saibam que NÃO é. Assim como a seca só virou problema quando chegou ao Sudeste, a Cidade perdeu seu adjetivo Maravilhosa agora que o problema tomou novos espaços.
Sim, meu caro companheiro
carioca, anos de péssimos governos e descaso da própria população são um tiro
que SEMPRE sairá pela culatra. Boa parte de nossos problemas políticos começam
com nosso comportamento. As não cobranças de anos atrás culminaram nesse caos
atual: sem ensino, sem perspectiva, está cada vez mais difícil convencer alguém
do que é certo ou errado, de que o bem estar do todo é o seu também,
principalmente quando o bem estar destes nunca foram importantes para o resto
do todo.
Acho que temos a faca e o queijo
na mão. Essa é (e tem de ser) a hora de agir, antes que a cidade perca qualquer
possibilidade de voltar a ser maravilhosa. E que ela possa ser assim para todos
(branco, negro, índio, caboclo, mameluco) e em todo lugar (zona norte, oeste,
sul). Não adianta ser dita uma das cidades mais lindas do mundo, se o próprio
cidadão não pode viver bem. ESTAMOS ESQUECIDOS. Nos esquecemos. Ou nos juntamos
agora, ou nos separaremos cada vez mais.
Antes de qualquer coisa, quero
deixa EXPLÍCITO que não defendo esse comportamento meliante, mas não posso
fechar os olhos para um problema SOCIAL. Meus queridos, a sorte que eu, você e
seu vizinho temos não se estende a toda população dessa cidade. Existem sim
diversos casos de superação, OK, mas regra é regra, mermão: olhe para seu próprio umbigo e verá quantas vezes você
mesmo consegue fugir a regra em diversos campos da sua vida. Assumamos nossa
responsabilidade com o descaso. Assumamos nossa insensibilidade social e espera
por milagres, à eterna espera que todo excluído favelado vá correr atrás
SOZINHO pra mudar sua vida, quando muitos de nós não damos um passo sem uma BOA
companhia. Ninguém luta sozinho, brother. Paremos de buscar paliativos, quando
é preciso curar a ferida.
Quando sangrar a dor da
impotência, lembre-se: todo carioca tem direito de curtir um domingo de sol em
qualquer praia e não importa de onde ele venha e pra onde ele vá. Quando vamos
mudar isso?
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